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História de Pitangueiras

DADOS DE PITANGUEIRAS Fundação: 27 de julho de 1858. Gentílico: Pitangueirense. População total: 35.314 habitantes. Número obtido de acordo com o Censo IBGE 2010. Área: O município possui uma área de 429,577 km². Localização: Localiza-se a uma latitude 21º00'34" sul e a uma longitude 48º13'18" oeste, estando a uma altitude de 512 metros. Altitude: 512 m. Distância da capital: 369 km. Estabelecimentos comerciais e industriais: Mais de 1.660. HISTÓRIA Nas primeiras décadas do século XIX, a margem esquerda do Rio Mogi Guaçu, começou a ser cruzada por tropeiros e comerciantes. Seguindo pelo já conhecido caminho de Jaboticabal, as tropas de mulas carregavam mercadorias produzidas no Triângulo Mineiro e no Estado de Goiás, para serem negociadas nas regiões de Campinas, Sorocaba e na então capital provincial, São Paulo. As mercadorias carregadas por tropas de mulas eram atravessadas pelo rio, por meio de balsas. Na viagem de volta, os tropeiros traziam os parcos gêneros que os goianos e mineiros necessitavam para sobreviver. A viagem durava muitos dias e a cada noite as tropas descansavam em lugares já conhecidos pelos seus condutores. Um desses lugares de descanso localizava-se próximo ao abrigo de muitas pitangueiras silvestres. Esse local ficava distante aproximadamente uma légua da margem do Rio Mogi Guaçu. A região contava com muitos alagadiços e brejos. Existe uma hipótese plausível que o nome do lugar surgiu dos pousos dos tropeiros na região das pitangueiras. Nesta época a região possuía um número bem reduzido de moradores, sendo que a quase totalidade deles dedicava-se à criação de gado, visando a subsistência. Os tropeiros realizavam um comércio na região e a movimentava a ponto de atrair novos moradores. Como mandava a tradição cristã católica, muito enraizada nas sociedades por aquela época, para que o pequeno povoado que se formava pudesse ser reconhecido e oficializado como tal, fora realizada uma doação de terras, uma majestosa gleba de 80 alqueires de terras doadas ao santo escolhido como padroeiro do lugar: São Sebastião. As terras foram doadas pelo casal lusitano Manuel Félix e Ana Batista de Moraes e seu amigo e cunhado, Joaquim Pinto de Moraes, conhecido por Joaquim Moço. Esses foram os propulsores do nascimento de uma nova cidade, promotores do desenvolvimento inicial do lugar. Essa doação de terras ao patrimônio de São Sebastião fora registrada no Cartório da Comarca de São Carlos do Pinhal, em 27 de julho de 1858, data que então marca a fundação do povoado de Santa Cruz das Pitangueiras. É sabido que anos mais tarde, por volta do ano 1905, mais uma pequena gleba de terras fora doada ao padroeiro, esta feita pela fazendeira Bernardina Cândida de Jesus. Numa área destas terras foi erguida uma capela, feita de pau-a-pique, com esteios de aroeira e coberta por sapé, em louvor ao padroeiro São Sebastião, que logo, em sua volta, começam a surgir as primeiras casas do recém formado povoado. A Lei Provincial 138, de 17 de julho de 1881 transformou o pequeno vilarejo à categoria de Freguesia. Já na era Republicana, em 15 de agosto de 1892, Pitangueiras foi elevada à condição de Distrito e, no ano seguinte, no dia 6 de junho, tornar-se-ia cidade, sendo seu território desmembrado do município vizinho de Jaboticabal. No final da década de 80, do século XIX, como toda região, Pitangueiras foi invadida pela cultura cafeeira. O ouro verde expandiu-se de forma acentuada por toda região. Pitangueiras, por sua vez, também viveu a expansão desse novo ciclo econômico. Várias fazendas produziam café trazendo a riqueza para a pequena cidade que se formava. O desenvolvimento em si se acentua com a chegada da Estada de Ferro, chamada a princípio de Pitangueiras – Goyas. Por ela era transportado o café produzido em toda região e, ao mesmo tempo, trazia as novidades do mundo para a pequena cidade, colocando um fim no comércio realizado pelos tropeiros. Foram em seus vagões que chegaram os imigrantes: italianos, espanhóis, portugueses que deixaram sua distante terra para "lavourar" o café, bem como exercer outros importantes ofícios no núcleo urbano. Passados alguns anos, a São Paulo – Goyas passou a chamar-se Companhia Paulista de Estrada de Ferro. Junto com o café, Pitangueiras conheceu uma riqueza jamais vista até então. Durante algumas décadas, a cidade conhece algumas comodidades do 'mundo moderno de então', como a eletricidade e a telefonia. Foi neste áureo período que a imprensa se fez presente no cotidiano do lugar, levando a todos os acontecimentos da época. Paralelamente, algumas indústrias se instalaram na cidade fabricando desde carroças e troles até mesmo café torrado e massas alimentícias. Porém, no final da década de 20 do século passado, os preços do café despencaram no mercado internacional. Muitos fazendeiros foram à ruína e, consequentemente, instala-se em toda região uma crise econômica avassaladora. Os majestosos cafezais foram levados ao total abandono e o lugar passa a dedicar-se novamente à criação de gado e a uma notável agricultura de subsistência. Foi um período de estagnação econômica e muita agitação política. Por esta época, instala-se na cidade entrepostos de leite e alguns laticínios, aparece o Frigorífico Anglo que produzia carne industrializadas e frutas de excelentes qualidades que eram exportadas. A empresa Anglo também possuía extensas glebas de terras no município de Pitangueiras, criavam gado de notável qualidade, possuíam lavouras exuberantes e pomares distintos. Hoje essas terras estão cobertas pela cana-de-açúcar. Muitos fazendeiros plantaram laranjas buscando diversificar culturas e atividades. A proximidade com a conhecida 'Capital Nacional da Laranja', a cidade de Bebedouro, ajudou muito a expandir essa nova riqueza no município. E assim, a rodovia que cruza Pitangueiras acabou sendo apelidada de Rodovia da Laranja. Expandindo-se a partir dos municípios de Ribeirão Preto e Sertãozinho, uma nova cultura agrícola veio revolucionar a economia da região. Trata-se da cana-de-açúcar, que rapidamente se transformou no principal produto agrícola cultivado no município. Inicia-se por volta da década de 1940 o chamado período canavieiro com a instalação dos primeiros engenhos e usinas em torno de Pitangueiras. Fazendeiros e sitiantes que haviam se dedicado ao cultivo de café e a criação de gado passam a cultivar a nova cultura em suas terras. Até a década de 1970 quase a totalidade das lavouras eram destinadas à produção de açúcar. Entretanto, com a crise mundial nos preços do petróleo, deflagrada ainda nos primeiros anos da referida década, é sabido que o país optou pela produção de álcool combustível. Era o começo do Proálcool, que promove uma mudança radical na estrutura socioeconômica e cultural, em todas as cidades da região. Destilarias foram construídas e muitas usinas adaptaram-se para produzir o álcool hidratado carburante, que movimentaria grande parcela da frota nacional de veículos. Nunca a região tinha visto tanto dinheiro em circulação, a ponto de fazer com que o desenvolvimento por ela alcançado a tornasse conhecida como a "Califórnia Brasileira". Milhares de famílias migraram do Nordeste, do Paraná e do Norte do Estado de Minas Gerais, para trabalhar na safra de cana-de-açúcar. A população da região tem uma mudança significativa em seu perfil sociológico. Surgiram novos bairros em todas as cidades da região, inclusive Pitangueiras; a arrecadação tributária aumentou; houve a necessidade de diversos investimentos sociais para que a crescente população tivesse o mínimo necessário às condições e necessidades humanas. O fim do Proálcool no início da década de 1990, trouxe uma era de incertezas, sobretudo para a economia da cidade. Mais uma vez, a visão dos empreendedores de Pitangueiras que sempre acreditaram no potencial de nosso povo ajudou a amenizar o problema. Hoje Pitangueiras se faz presente no cenário regional ainda como uma cidade celeiro, não apenas de gêneros alimentícios ou manufaturados. A cidade vem conhecendo notável destaque na produção de talentos, seja nos esportes, na cultura, nas ciências ou no meio empresarial. DISTRITO DE IBITIÚVA O início de tudo: " Vila Dama, embrião do distrito de Ibitiúva" No final do século XIX a criação de gado impulsionou o surgimento de vários povoados no interior do Estado de São Paulo, principalmente na região norte do estado, a qual dá acesso ao Triângulo Mineiro e ao Estado de Goiás, como é o caso da cidade de Pitangueiras e do Distrito de Ibitiúva. Assim, o gado foi a principal causa da fundação de Ibitiúva. Os registros e relatos apontam que por volta de 1882 já existia um povoado na Vila Dama, como era conhecido o local assim chamado devido ao sobrenome dos proprietários. Em 1908 foi construída na Vila Dama a igreja de São Benedito e São Sebastião. Nesta época a Vila contava além da igreja e casas, um armazém de secos e molhados e uma farmácia. Vila Dama não existe mais! Há registros e relatos que os primeiros moradores de Vila Dama, além da família proprietária, foram as famílias de José Rigoto, José Cardoso, Eurico Rosas, Major Joaquim Rodrigues, Elisiário Barbosa e Sultério Barbosa, entre outros. Relatos de antigos moradores evidenciam a animação e grandiosidade das festas e dos bailes da Vila Dama até por volta da década de 60, entretanto, com o tempo, o povoado desapareceu. Hoje no local da antiga Vila Dama há apenas um sítio que ainda recebe o nome de Sítio Vila Dama; ele é de propriedade de uma usina de açúcar e álcool e lá não existem mais as casas da época, somente plantação de cana. A Estrada de Ferro, causa da formação do povoado A Rede Ferroviária no Estado de São Paulo surgiu após a primeira metade do Século XIX e ocupou geograficamente todos os pontos cardeais do Estado, montando uma verdadeira rede de captação de café em direção ao porto de Santos. Em 1907, devido aos desbravamentos para a construção da Ferrovia pela construtora Peti & Catoni, posteriormente Estrada de Ferro São Paulo-Goiáz,* Vila Dama, povoado embrião do distrito de Ibitiúva, tomou um novo e grande impulso. Com o objetivo de escoar a produção de café da região, a Ferrovia foi construída pelos irmãos Bernardino e Francisco de Queiros Catoni, ambos engenheiros. Ela atingia inicialmente os povoados vizinhos de Viradouro, Terra Roxa e Pitangueiras, sendo que depois de alguns anos atingiu Bebedouro. Mais tarde, em 1912, o trecho de ferrovia foi incorporado à Companhia Ferroviária de São Paulo-Goiáz*, empresa presidida pelo Barão Homem de Mello, que tinha como objetivo a ligação entre os Estados de São Paulo e Goiás, a partir de Bebedouro. Devido às condições de relevo, com a grande baixada, seria necessário um aterro que encareceria a obra. A ferrovia não passou próxima ao povoado da então Vila Dama, fazendo com que o local de constituição do povoado mudasse gradativamente para as margens da ferrovia, mais precisamente próximo à Estação Ferroviária. A construção da estrada de ferro foi a causa da formação de Ibitiúva, pois ela mudou gradativamente o povoado da Vila Dama, que era composto de pequenos produtores de café, comerciantes e operários da obra do grupo da construtora Peti & Catoni. Fundação do Distrito Em 1909 existiam várias famílias que residiam no então povoado de Ibitiúva, como as famílias de Joaquim Prudêncio da Silva, Antonio Quintino de Oliveira, Marcos e Elisio Teixeira, Deocleciano Pulino, Major Sultério de Camargo Barbosa, Antonio Ferraz Dutra, Moyses de Mello, dentre outras. Já em 1910 foi fincado um cruzeiro no local onde hoje é a Praça da Matriz de Ibitiúva, sendo um marco de fundação do povoado que crescia às margens da Ferrovia. Atualmente esse cruzeiro encontra-se no cemitério local. Pelo documento mais antigo que se tem notícia sobre a fundação de Ibitiúva, sabe-se que em 1912 o Major Joaquim Prudêncio da Silva e sua esposa Maria Rodrigues Barbosa doaram o terreno e as pedras para a construção da primeira Capela ao Padroeiro Sagrado Coração de Jesus Cristo. Em 1912 foi inaugurada a Estação Ferroviária de Ibitiúva pela Empresa Ferroviária São Paulo-Goiáz*. Em 1913 foi constituída uma diretoria com a finalidade de conseguir fundos monetários para a construção da primeira igreja do povoado. A diretoria era formada pelo Major Sotério de Camargo Barbosa, Coronel Joaquim Silvério dos Reis Neves, Sijenando Garcia Lopes, Marcos Teixeira, Major Joaquim Rodrigues, Capitão Antonio Quintino de Oliveira e Major Joaquim Prudêncio da Silva. Relatos indicam que a conclusão da construção da primeira igreja do povoado ocorreu em 1918. Na época, as casas eram construídas de madeira com o chão em terra nua. A primeira casa de tijolos de Ibitiúva foi a Cooperativa de Consumo Popular. A origem do nome Segundo moradores antigos, a palavra Ibitiúva é formada pela junção de duas outras palavras: Ibi – o nome de uma ave; e Tiuva – o nome de uma planta semelhante à mandioca, muito comum encontrada nessa localidade e assim chamada pelos moradores. Pesquisando em dicionários que tratam sobre os termos indígenas, foi constatado que o termo "ibi" tem significado de "terra". Já quanto à ave, no dicionário português, os Íbis são aves pernaltas com pescoço longo e bico comprido e encurvado para baixo. São na maioria dos casos animais gregários, que vivem e se alimentam em grupo. Vivem em zonas costeiras ou perto de água, ricas nos seus alimentos preferenciais: crustáceos e moluscos. A palavra "tiuva" não foi encontrada em nenhum dicionário, em português ou indígena, entretanto, pode ser um termo que derivou de outro. Não há registros que mostram com precisão o motivo que levou ao nome Ibitiúva; se foi em virtude da "terra de tiuva" ou "ave de tiuva" e quem primeiro a chamou por esse nome. Um pouquinho mais da história da formação de Ibitiúva Em 26 de abril de 1914 foi oficializada a bênção do terreno pelo Reverendíssimo Vigário de Pitangueiras. Já em 1918 a construção foi concluída e o povoado já contava com uma capela, algumas famílias moradoras, comerciantes e alguns estabelecimentos. Em 27 de novembro de 1919 o povoado de Ibitiúva foi elevado à categoria de Distrito pela lei nº 1666. Em 11 de janeiro de 1927 foi inaugurada novamente a Estação Ferroviária, já de propriedade da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Entretanto, a estação estava em funcionamento desde 1912 pela proprietária C.F. São Paulo-Goiaz. Em 1929, a Estação Ferroviária foi reconstruída pela Paulista; o prédio ficou igual ao da famosa Estação da Passagem do município de Pitangueiras. Nessa época, a estação tornou-se o ponto de referência na região. As viagens, os encontros, o transporte, a comunicação, as correspondências e os telegramas eram acontecimentos importantes da época. Os funcionários, ferroviários, eram pessoas respeitadas.


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